Durante coletiva, governador falou sobre a falsificação de bebidas e fez um comentário irônico ao abordar o aumento de casos de intoxicação que já causaram alguns óbitos confirmados
Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo | PauloGuereta/Governo do Estado de SP
Na segunda-feira, 6 de outubro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), cometeu uma gafe ao se pronunciar sobre os casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas, que já causaram alguns óbitos confirmados. Durante a coletiva de imprensa que tratava do assunto, ele afirmou que o governo estadual vai solicitar à Justiça a destruição de garrafas, rótulos, lacres e selos apreendidos durante as operações de fiscalização.
Ao comentar a falsificação de bebidas, Tarcísio disse: “No dia em que começarem a falsificar Coca-Cola, eu vou me preocupar... Ainda bem que ainda não chegaram nesse ponto. Coca-Cola, até aqui, não. E a minha é normal”.
A fala polêmica ocorreu em meio à ampliação das investigações sobre venda e consumo de bebidas adulteradas, que resultaram em 15 casos confirmados de intoxicação por metanol e 164 em análise, segundo o Ministério da Saúde. O episódio deixou vítimas em diversos municípios e reacendeu o alerta sobre a fiscalização de produtos comercializados irregularmente.
Após o comentário, o governador destacou que o Estado pretende colaborar com as investigações e restabelecer a confiança entre o poder público e o setor de bebidas, reforçando que a prioridade é garantir a segurança dos consumidores.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, mais de 7 mil garrafas suspeitas foram recolhidas na última semana. O secretário Guilherme Derrite afirmou que não há indícios de participação de facções criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), nas falsificações. “É uma atividade de baixo retorno financeiro quando comparada ao tráfico de drogas”, declarou.
Passado um único dia de sua declaração inapropriada, na terça-feira, dia 7, Tarcísio postou em suas redes um vídeo em que se declarava arrependido pela fala no dia anterior. Ele admitiu o erro e lamentou que sua tentativa de “aliviar” as tensões tenha sido tão mal interpretada.
“Ontem, ao prestar contas das ações do governo do estado no âmbito da crise do metanol, no momento em falávamos das várias medidas que estamos tomando (…) acabei fazendo uma brincadeira para descontrair a coletiva, que foi mal interpretada. E que, de fato, não cabia naquele momento, em face da gravidade do que vem acontecendo. E por isso eu peço perdão”, disse ele.
O governo paulista também informou que as ações de fiscalização continuam em todo o estado, com apoio da Vigilância Sanitária, da Polícia Civil e do Procon-SP. Enquanto as investigações seguem, autoridades reforçam orientações para que o público verifique a procedência, o lacre e o selo fiscal das bebidas antes do consumo.
Por: Iago Hitomi
Revisado e editado: Larissa Brito