Agremiação paulista revisa orçamento e expõe rombo bilionário; diretoria cria força-tarefa para conter problema e tenta renegociar débitos
Osmar Stabile, Presidente do Corinthians em coletiva | Reprodução: ESPN
O Corinthians vive um dos períodos mais turbulentos de sua história recente. O clube revisou seu orçamento para 2025 e revelou um déficit estimado em R$ 83,3 milhões, revertendo a previsão de superávit feita pela antiga gestão. Além disso, a dívida total já ultrapassa os R$ 2,6 bilhões, aprofundando a crise financeira e política dentro do Parque São Jorge.
De acordo com o relatório apresentado pelo presidente Osmar Stábile, houve uma diferença negativa de R$ 120,9 milhões entre o orçamento inicial e a nova projeção.
Os principais fatores para o desequilíbrio incluem: receitas de transferências de atletas abaixo do esperado; aumento dos custos operacionais, especialmente folha de pagamento; estimativas superdimensionadas de patrocínio e bilheteria.
O clube paulista fechou o primeiro semestre de 2025 com um déficit de R$ 60,2 milhões.Segundo o relatório financeiro publicado em setembro. Atualmente, a dívida do clube está estimada em R$ 2,6 bilhões, sendo R$ 675 milhões referentes ao financiamento da Arena com a Caixa Econômica Federal; o restante dividido entre dívidas fiscais, trabalhistas e bancárias.
A nova diretoria criou uma força-tarefa financeira para conter o colapso. As medidas incluem revisão de contratos e corte de gastos, redução do número de funcionários, reavaliação de contratos de patrocínio e fornecimento, além de buscar tentativas de renegociação de dívidas com bancos da Caixa.
Também houve uma antecipação de receitas com a LFU (Liga Forte União) e adiantamentos da PFP e CBF.
Além dos problemas financeiros, o clube enfrenta forte desgaste político. Parte do Conselho Deliberativo reprova as contas da gestão anterior, enquanto opositores cobram transparência e mudança de governança.
O presidente Osmar Stábile tenta equilibrar as pressões internas e externas:
“Estamos ajustando as finanças e corrigindo práticas que nos levaram a essa situação. O Corinthians é maior que qualquer gestão”.
Especialistas em gestão esportiva alertam que, se o Corinthians não ampliar receitas com venda de jogadores, bilheteria e patrocínios, e não reduzir custos em folha salarial e manutenção da Arena, o clube pode agravar o endividamento e perder credibilidade no mercado.
Nas redes sociais, torcedores expressam indignação com o cenário. Muitos pedem auditoria independente e mudança de gestão, enquanto outros cobram resultados em campo para aliviar o clima.
Por: Julia Capra
Revisado e editado por: Vinicius Bianchin