Substância produzida a partir da placenta traz esperança a pessoas com problemas motores em todo o mundo.
À esquerda apenas neurônios em verde, à direita, os neurônios em vermelho e a polilaminina em verde | Reprodução: FAPERJ
Há 25 anos, teve início na UFRJ, no Rio de Janeiro, um estudo promissor que poderia mudar por completo o destino de pessoas tetraplégicas em todo o mundo. A pesquisa tem como foco a reabilitação de pacientes com lesões completas da medula espinhal, que resultam na perda total dos movimentos. Encabeçado pela bióloga, pesquisadora e professora doutora Tatiana Coelho Sampaio, o estudo avançou significativamente ao longo dos anos. Pacientes atendidos em estado de emergência e tratados com polilaminina, uma substância derivada da proteína humana laminina, apresentaram progressos contínuos após o tratamento. Novas etapas e testes em humanos aguardam validação da Anvisa para prosseguir.
A laminina é uma proteína presente no corpo humano que, durante a fase embrionária, forma uma rede essencial para a comunicação entre os neurônios. Com o passar do tempo, ela se torna rara no organismo.
Pesquisadores, médicos, fisioterapeutas e alunos da UFRJ descobriram que, quando reintroduzida no corpo, a laminina pode restaurar a conexão interrompida entre os neurônios, permitindo novamente a transmissão do impulso elétrico responsável pelos movimentos.
Há sete anos, oito pacientes foram selecionados nas primeiras 72 horas após sofrerem acidentes e receberam uma dose única de polilaminina no ponto da lesão. Dois não resistiram aos ferimentos, mas seis apresentaram melhora clínica significativa, com diferentes níveis de recuperação motora.
Atualmente, novos testes clínicos aguardam a autorização da Anvisa, junto a informações complementares, para dar continuidade às próximas etapas de comprovação científica.
Por: Adriano Salvador
Revisado e editado por: Carol Soutto