Substância usada em indústrias tem causado intoxicações graves e mortes após ser encontrada em bebidas alcoólicas.
Frascos de metanol armazenados em laboratório | Foto: Adobe Stock
Entre o fim de setembro e o início de outubro, foi registrado um aumento nos casos de intoxicação por metanol (álcool metílico – CH3OH), substância usada em indústrias que vem sendo misturada recentemente a bebidas alcoólicas. O Brasil já contabiliza mais de 110 casos de intoxicação.
O metanol é um produto químico amplamente utilizada na indústria, especialmente na fabricação de plásticos, solventes e em automóveis. No entanto, quando entra em contato com o organismo humano, pode causar consequências graves, como dores abdominais, dor de cabeça, visão borrada, confusão mental e dificuldade para respirar.
Em casos mais severos, o consumo de metanol pode provocar cegueira permanente, lesões nos rins e no fígado e até levar á morte. Os sintomas podem surgir logo após a ingestão, mas também podem demorar entre 12 e 48 horas para aparecer.
No Brasil, o álcool metílico tem papel importante na produção de biodiesel, sendo também usado como solvente e matéria-prima para a fabricação de plásticos. Além disso, é empregado na indústria farmacêutica, na produção de vitaminas e hormônios, e na área automotiva, em aditivos para motores e líquidos anticongelantes.
É importante destacar que o álcool presente nas bebidas é o etanol (álcool elítico – C2H5OH), que também tem aplicações industriais e automotivas. A diferença entre os dois está na estrutura química: enquanto o etanol possui dois átomos de carbono e é seguro para consumo, o metanol contém apenas um, o que torna altamente tóxico ao ser ingerido.
Para evitar riscos, as autoridades sanitárias recomendam que os consumidores verifiquem sempre a procedência das bebidas, evitem produtos de origem duvidosa e desconfiem de preços muito abaixo do normal. Em caso de sintomas suspeitos após o consumo de álcool, é essencial procurar atendimento médico imediato, já que o tratamento precoce pode evitar complicações e até salvar vidas.
Por: Luiz Santos
Revisado e editado por: Carol Soutto