As coleções desta temporada mostram como a moda abraça a diversidade, criatividade e relevância cultural, reforçando o papel de Paris como epicentro do setor.
Modelos desfilando na passarela do Paris Fashion Week 2025 | Reprodução: Lauchmetrics
Desde o século XIX, a Paris Fashion Week une tradição e inovação, consolidando-se como o principal ponto de encontro da moda global. Criada oficialmente em 1973 pela Fédération de la Haute Couture et de la Mode, a semana de moda de Paris é hoje referência mundial, definindo tendências e influenciando o comportamento cultural e estético em diferentes continentes.
A edição de 2025 começou no dia 29 de setembro e segue até 7 de outubro, reunindo grandes marcas, designers e celebridades para apresentar a temporada primavera-verão.
Nesta temporada alguns destaques já chamaram a atenção. O evento foi inaugurado pela L’Oréal Paris, com o desfile “Le Défile. Liberté, Égalité, Sororité: You’re Worth It”, realizado diante do Hôtel de Ville e transmitido ao vivo nas redes sociais. O show, que contou com celebridades como Kendall Jenner, Eva Longoria e Jane Fonda, promoveu o empoderamento feminino e a sororidade, evidenciando que as passarelas também são locais para debates sobre questões sociais.
Com uma proposta considerada inovadora, Stella McCartney destacou a sustentabilidade, tema cada vez mais central no setor, ao apresentar uma coleção composta por 98% de materiais sustentáveis e 100% cruelty-free. Entre as inovações estavam tecidos que ajudam a filtrar a poluição e alternativas vegetais para o uso de penas, reafirmando a busca da marca por soluções de menor impacto ambiental.
Entre as estreias mais aguardadas, a marca ICICLE, conhecida por seu minimalismo e pelo uso de tecidos naturais, apresentou sua coleção no dia 1º de outubro. A proposta destacou o diálogo entre estética contemporânea e sustentabilidade, fortalecendo a presença de nomes não europeus na semana parisiense.
Do ponto de vista ético, a tendência revealing tem dominado as passarelas e ruas, com transparências e silhuetas reveladoras. Especialistas apontam essa estética como uma moda mais ousada e menos rígida, em que a exposição e vulnerabilidade tornam-se símbolos de força.
A edição também marca mudanças significativas em grandes casas de luxo, que passam por trocas de diretores criativos. Para os analistas, esse cenário explica a aposta por coleções mais ousadas, que buscam se aproximar de um público jovem e engajado com questões sociais e ambientais.
O evento deste ano reforça tendências atuais como diversidade, sustentabilidade e inovação. As apresentações vistas até agora ressaltam a importância dessa indústria no cenário global e apontam caminhos que ainda prometem marcar o restante da semana.
Por: Giovanna Ribeiro
Revisado e editado por: Carol Soutto