Sentença com base em acusações de tráfico sexual reacende debates sobre abuso de poder na indústria musical.
Rapper Sean “Diddy”Combs | Foto: Jordan Strauss/Invision/AP
O cantor e empresário Sean “Diddy” Combs, de 55 anos, foi condenado nesta última sexta-feira, dia 3 de outubro, a 50 meses de prisão federal por envolvimento em crimes relacionados à prostituição. A sentença foi proferida por um tribunal de Nova York após um julgamento que durou mais de um ano e ganhou repercussão mundial.
Diddy foi acusado de tráfico sexual, conspiração criminosa e transporte para fins de prostituição, com base na Mann Act, lei que proíbe o transporte de pessoas entre estados para atividades sexuais ilegais. O júri o absolveu das acusações mais graves, mas o considerou culpado em duas violações da lei, o que resultou em 50 meses de prisão além de cinco anos de liberdade supervisionada e uma multa de US$ 500 mil (cerca de R$2,8 milhões).
Durante o julgamento, testemunhas relataram que o rapper organizava festas conhecidas como “freak-offs”, nas quais mulheres eram levadas a viagens e encontros sexuais, muitas vezes sob pressão e com uso de drogas. Entre as vítimas que se manifestaram está Cassie Ventura, ex-namorada do artista, que afirmou por meio de seus advogados que “a sentença não apaga o trauma, mas representa um passo em direção à justiça.
O juiz Arun Subramanian, responsável pela sentença afirmou que a condenação “envia uma mensagem clara de que ninguém está acima da lei quando se trata de abuso e exploração”.
A defesa criticou a decisão e afirmou que o magistrado agiu como um “13º jurado” ao considerar condutas das quais o artista foi absolvido. Os advogados alegam que as relações foram consensuais e que Diddy já cumpriu parte da pena preventiva. Eles anunciaram que vão recorrer.
Já os promotores federais pediam uma pena mais severa, de até 11 anos de prisão, argumentando que o músico demonstrou “falta de arrependimento real” e usou sua posição de poder para manipular e coagir mulheres.
O caso reacendeu debates sobre abuso de poder na indústria do entretenimento e mostrou que mesmo para grandes figuras da música, a justiça pode prevalecer.
Por: Carol Soutto.
Revisado e editado por: Larissa Brito.